sábado, julho 26, 2003

E Deus tornou-se visivel...


Velocidades superiores à da luz no vazio

Começo hoje a responder ao post de Em Expansão Vertiginosa de 24/7.

Pareceu-me pertinente chamar a atenção que a hipotese (verificada experimentalmente) de observadores em movimento relativo uniforme medirem para a luz uma velocidade constante, independentemente da sua velocidade relativa, tem como consequência imediata que não se podem medir velocidades superiores à velocidade da luz e que portanto não existem fenómenos que correspondam a velocidades de propagação superiores à velocidade da luz:

É óbvio que, se as hipóteses de que Einstein partiu para o desenvolvimento da Relatividade Restrita são verdadeiras, o resto que se lhe segue (o desenvolvimento matemático) também é. Se, além disso, as conclusões da teoria forem falseáveis, tanto melhor. Apenas as hipóteses de partida podem, eventualmente, ser revistas por não sabermos qual a verdadeira natureza da luz. O conhecimento da verdadeira natureza da luz ajudar-nos-ia a compreender melhor o mecanismo da propagação. Veja-se o exemplo do som. Sabemos que o som se propaga por vibração das partículas constituintes do meio onde se dá a propagação.

Até 1900 ninguém duvidava que a luz, tal como o som, se propagaria num meio, o éter - se a luz consiste em vibrações, tem que haver alguma coisa que vibra. Este éter teria que encher por completo o Universo e constituiria um referencial absoluto em relação ao qual a velocidade de qualquer corpo se poderia definir em termos absolutos e não relativos como geralmente se faz. É impossível inferir da existência de um referencial absoluto pelas leis da mecânica de Galileu e Newton. Será isto possível através do electromagnetismo (ou da óptica já que a luz é também uma manifestação do electromagnetismo)?

A verificação experimental referida no post são as experiências Michelson-Morley? O que são as referidas experiências? Numa descrição simplificada, mede-se a velocidade da luz em duas direcções perpendiculares - uma que corresponde à direcção do movimento da Terra em torno do Sol e outra que é perpendicular a esta. Se estas duas velocidades diferissem, o aparato experimental seria capaz de detectar a diferença. Em nenhuma destas experiências se conseguiu detectar diferenças. Isto significa que estas experiências também não conseguem inferir da existência de um referencial absoluto (o éter por hipótese). E se, por coincidência, a Terra estiver parada no referencial absoluto tal como afirmava Ptolomeu? Muito pouco provável. Porém, não devemos ignorar que houve diversas tentativas de interpretação do resultado negativo das experiências de Michelson-Morley. Numa delas, devida a Lorentz e Fitzgerald, diz-se que a esperada diferença era compensada pela contracção do espaço no sentido do movimento da Terra.

Nisto tudo, embora a minha resposta não acabe aqui (ela continuará ao longo dos próximos posts, mesmo que não me refira concretamente a ela), fico estupefacto pelo facto de a Natureza nos ocultar a verdade sobre o nosso estado de movimento absoluto.
2:21 AM H. Sousa