segunda-feira, agosto 04, 2003

E Deus tornou-se visivel...


Pensamento de Einstein VI

Antes de Hubble, a ideia de um universo em expansão já tinha sido defendida por astrónomos e astrofísicos conceituados como o belga Lemaître, o norte-americano Gamow e o russo Friedman conhecidos como os "pais" do Big Bang.
Mas a tese destes homens não era levada muito a sério antes da interpretação de Hubble da cor das galáxias, na terceira década do século passado.
Inclusive Einstein, que ao estabelecer a sua teoria da Relatividade Geral "forçou" o seu formalismo a adaptar-se à ideia preconcebida de um universo estacionário, viria a render-se à expansão do universo. De facto, para não contrariar o paradigma do universo estacionário em que, possivelmente, Einstein acreditava, ele introduziu uma "constante cosmológica" nas suas equações de modo a garantir o desejado estado estacionário do universo.
Porém, logo que a hipótese de Hubble foi "confirmada", Einstein quis arrepiar caminho mas... tarde demais! A comunidade científica exigia agora provas da "nulidade" da constante cosmológica, uma vez que ela também serve para medir a energia do vazio que se admite ser diferente de zero.
Constatamos, uma vez mais, que aquilo a que se chama vazio pode não ser tão vazio como parece. Já me referi a esta questão a propósito da velocidade da luz na teoria electromagnética. Quer o electromagnetismo, quer a Relatividade Geral (com constante cosmológica não nula) apontam para a inexistência do vazio absoluto, ou seja, para a hipótese alternativa da existência de um "éter".
O facto de não ter sido possível "provar" a existência do éter através das experiências Michelson-Morley quererá significar que ele não existe na realidade? Por outro lado, será que a interpretação de Hubble é a única possível? Estará, de facto, o universo em expansão?
12:10 PM H. Sousa