sábado, agosto 02, 2003

E Deus tornou-se visivel...


BIG BANG

Por vezes, as coisas mais simples são as mais misteriosas.
Kepler andou intrigado com o facto de o céu, à noite, se nos apresentar negro. Se o universo é infinito e existe desde sempre, sendo também o número de estrelas infinito e com uma distribuição uniforme no espaço, seria de esperar que, qualquer que fosse a direcção do céu para onde olhássemos, víssemos uma estrela. Assim, o céu à noite devia ser um manto luminoso e não um fundo negro forrado de pontos luminosos. Kepler estava longe de pensar que o universo pudesse ter uma existência espacial e temporal limitada, segundo o paradigma do Big Bang.
Herschell, o astrónomo amador que descobriu Urano (e não só!), fez a seguinte descoberta, notável para a época: considerando que a luz dos corpos celestes necessita de tempo para chegar até nós, o que nós deles observamos corresponde ao seu passado; logo, observar o que está longe é equivalente a observar o passado.
Por conseguinte, o céu nocturno não tem a aparência de um manto luminoso porque no passado o universo era negro, ou seja, possivelmente vazio de corpos radiantes. Estes terão, por isso, começado a existir em determinado instante, num passado muito recuado. Ao contrário do que supunha Kepler, os corpos celestes não existirão desde sempre.
A idade do universo está avaliada em quinze mil milhões de anos, o que significa também que o raio do universo é de quinze mil milhóes de anos-luz. Para lá desta distância nada existirá, é como se o universo tivesse uma fronteira, fronteira essa a que se convencionou chamar horizonte.
Universo infinito é incompatível com o paradigma do Big Bang.
3:18 AM H. Sousa