segunda-feira, agosto 18, 2003

E Deus tornou-se visivel..

Indução e dedução IV

Pegando num excerto do comentário de Leftwing:

O postulado "matéria atrai matéria" não é assim tão evidente. A própria dependência linear do campo gravítico com a massa do corpo que o origina só experimentalmente pode ser verificada.

É possível que sim. É possível que a indução seja o método científico. Mas nada nos impede de imaginar que se poderia ter dado mais credibilidade à dedução, partindo de verdades (princípios) que todos pudessem aceitar incondicionalmente. O postulado, apesar de não ser tão evidente, também é passível de ter sido intuído e a dependência linear é a mais lógica. Mas, torno a dizer, admito estar errado ao defender a dedução. Se é a massa (enquanto quantidade de matéria) ou outra propriedade a responsável pela atracção, deixo para outra ocasião, quando me debruçar sobre as chamadas "propriedades". O que são as propriedades senão justificações para as forças?

Imagine-se que tanto a Lei da Gravitação como a lei da força centrífuga tinham sido deduzidas. Mostrarei, brevemente, que a força centrífuga também pode ser deduzida. Neste caso, também a Lei dos períodos de Kepler, focada no post anterior, resultaria por dedução. Com efeito, bastaria igualar a força de atracção entre o Sol e um planeta à força centrífuga que actua sobre o planeta para daí retirar a Lei dos Períodos. Recordemos que ela pode ser descrita pela expressão:

r3/T2 = (G/4.pi2). MS

r - raio da órbita do planeta; T - período do movimento do planeta em torno do Sol; G - constante de gravitação; pi = 3,14... e MS é a massa do Sol.

A relação r3/T2 representa pois, à parte uma constante, a massa do Sol (ou a propriedade do Sol responsável pela força que ele exerce sobre o planeta). Justifico, assim, a minha asserção relativa à constante de Kepler, feita em post anterior: a constante de Kepler representa a massa do corpo cujas sondas (massas muito menores) orbitam em torno dele seguindo a Lei dos Períodos de Kepler. 5:45 PM H. Sousa