terça-feira, agosto 05, 2003

a formiga de langton


Trilhos possíveis

Devido à frase anterior que aqui coloquei, de Kevin Kelly (ex-editor chefe da WIRED), a "Aba de Heinsenberg" fez logo pela manhã um post interessante denominado "O que nos move?". Interessante porque levanta uma série de questões pertinentes, com as quais à muito me debato. Eis uma; [...] E será que tudo o que fazemos pode ser descrito como resultando de análises custo/benefício? Posso evidentemente estar a generalizar demasiado... Por exemplo, como é que entram aqui os princípios e a cultura, que modelam o nosso modo de agir? [...]. Quanto à primeira das questões, direi que não. Isto porque tanto podemos ter altruismo como uma forma de egoismo (pareçe bizarro, mas temos muitos exemplos), como não. A segunda questão é bem mais interessante bem como outras, que relacionam o tema com o do estímulos perceptuais em vizinhanças locais. E outra questão: Como formam as partes o Todo ? (ver post "Quem monta o Lego?"). Não pretendo responder a elas. Prefiro entregar mais informação e "entropia" ao sistema de diálogo, para que a adaptação seja mais robusta, se é que é possível. Cada um fará com ela o que desejar. Eis então alguns excertos de um texto que conheço bem (!), bem como o respectivo link:

[...] A formiga que se desloca aleatoriamente vai deixando um rasto de feromona que lhe permite encontrar o caminho de volta para o ninho. Mas se, por exemplo, encontra comida, regressa pelo mesmo trilho depositando mais feromona e elevando assim o seu nível. Qualquer formiga que passe encontra, assim, um estímulo superior ao do seu próprio rasto e converge para aquilo que, em breve, se torna num desses tão reconhecíveis carreiros com centenas ou milhares de formigas [...].

[...] Este processo de deposição/evaporação de feromona que representa uma espécie de "computação através do ambiente", cria na verdade um mapa de tipo muito diferente daqueles que conhecemos. Nos insectos sociais, que “desenham” as suas memórias espaciais no ambiente, o mapa é colectivo, não está na cabeça de nenhum indivíduo [...].

[...] Mas se cada indivíduo não possui essa capacidade, já a colónia parece agir globalmente. A tal ponto que o formigueiro pode ser visto como uma entidade independente, uma forma de vida de nível superior, possuidora de uma inteligência colectiva [...] Temos agora modelos capazes de explicar comportamentos, individuais e de massas, nos próprios humanos. A organização social ou a evolução cultural. Ou coisas tão difíceis de quantificar como sejam o gosto ou o consenso [...]. in, http://www.lxxl.pt/aswarm/caminhos.html.
posted by AntColony @ 12:29 PM