quarta-feira, julho 30, 2003

E Deus tornou-se visivel...


Indução e dedução

As chamadas ciências naturais preferem o raciocínio indutivo ao raciocínio dedutivo. Em Física, o método indutivo foi, possivelmente, iniciado por Newton ao estabelecer, a partir de dados experimentais de Galileu, de Kepler e dele mesmo, as leis da sua Mecânica.
Para exemplificar, considere-se Newton e os fenómenos da gravitação: em primeiro lugar, estes fenómenos (queda dos graves e manutenção dos planetas nas suas órbitas) foram reconhecidos e houve necessidade de os compreender. A observação detalhada dos mesmos por Kepler e Galileu levou à descoberta de regularidades que inspiraram a teoria explicativa.
Face às referidas observações, a intuição de Newton levou-o a acreditar que os dois fenómenos estariam relacionados e que os corpos (cuja propriedade marcante, para Newton, era a sua massa) se atraem; quis acreditar, ainda, que a massa dos corpos (a sua quantidade de matéria) era a causa da força de atracção.
Mas Newton, não satisfeito com a sua intuição, viria a estabelecer, a partir das regularidades descobertas por Galileu e Kepler, as leis que regem a queda dos graves e a manutenção dos planetas nas suas órbitas. Deu preferência à indução por considerá-la mais "científica" do que a dedução. Na dedução o ponto de partida é a intuição da explicação, ou seja, algo que se toma como verdadeiro, sem necessidade de qualquer explicação, tal como a fé em religião.
Teria sido possível deduzir a lei da gravitação universal, isto é, estabelecê-la apenas a partir da hipótese que "a matéria atrai a matéria"?
1:01 AM H. Sousa